sexta-feira, 30 de abril de 2010


obra:Stanilav Plutenko

Assim eu vejo a vida

A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado

Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.

Cora Coralina

A criança que pensa em fadas

A criança que pensa em fadas e acredita nas fadas
Age como um deus doente, mas como um deus.
Porque embora afirme que existe o que não existe
Sabe como é que as cousas existem, que é existindo,

Sabe que existir existe e não se explica,
Sabe que não há razão nenhuma para nada existir,
Sabe que ser é estar em algum ponto
Só não sabe que o pensamento não é um ponto qualquer.

Alberto Caeiro

Para não esquecer: o caso Cecília Meireles



Como sabemos, a história toda começou em 1973, com Raimundo Fagner gravando o LP de estréia para a Philips a música "Canteiros", até então creditada como sendo de sua autoria, mas antes da música acontecer nacionalmente, ele já tinha dividido a parceria da letra com Cecília Meireles. Em 1977 musicou o poema "Epigrama no9", registrado no disco "Orós". E novamente, em 1978, musicou "Motivo", utilizando para fins comerciais alguns versos do poema na parte interna e na capa do LP intitulado "Eu canto".
Em 6 de novembro de 1979, Fagner admitiu, ao ser interrogado pelo Juiz Jaime Boente, que "sem tirar a beleza dos versos, procurou fazer uma adaptação à música", reconhecendo o uso indevido do poema "Marcha", de Cecília Meireles, na composição "Canteiros",registrada na primeira edição do LP "Manera Fru Fru Manera".
Para o juiz, Fagner violou a lei que regula os direitos autorais com a agravante de plágio. Aqui está a título de curiosidade e comparação com a letra cantada por Fagner, o poema "Marcha" original de Cecília Meireles.

"Quando penso em teu rosto, fecho os olhos de saudade
Tenho visto muita coisa, menos a felicidade
Soltam-se meus dedos tristes
dos sonhos claros que invento
Nem aquilo que imagino
já me dá contentamento

Gosto da minha palavra pelo sabor que me deste
Mesmo quando é linda, amarga
Como qualquer fruto agreste.
Mesmo assim amarga, é tudo que tenho
entre o sol e o vento.
Meu vestido, minha música,
meu sonho, meu alimento."

Enquanto o processo das filhas de Cecília Meireles contra Fagner corria na justiça,
o ano de 1979, ainda truxe algumas "boas surpresas" para o cantor.Primeira: o LP "Manera Fru Fru Manera" foi relançado com "Cavalo de Ferro" no lugar da faixa "Canteiros". Segunda: apareceram suspeitas de que o outro poema musicado por Fagner e registrado também no primeiro LP não era de sua autoria. Em "Sina" aparecem como autores da música Fagner e Ricardo Bezerra. Mas na verdade, os quatro primeiros e os oito ultimos versos da canção, pertencem ao poema "O Vaquêro", do poeta popular cearense Patativa do Assaré, e publicado em 1977 no livro "Canta lá que eu canto cá"
Em 31 de agosto de 1983, o jornal "O Globo", destacou em letras garrafais: "Caso Fagner: filhas de Cecília Meireles ganham na justiça". O processo contra Fagner se arrastava na justiça desde 1979, quando o cantor realmente admitiu ter mexido nos versos do poema "Marcha" adaptando-o para a concepção da música "Canteiros". Em 1981, as herdeiras conseguiram condenar as gravadoras Polygram, Polystar, Polifar,as Edições Saturno e o cantor a pagar uma multa de CR$ 101 mil cruzeiros por violação de direitos autorais. A CBS também foi acionada pela inclusão da música "Motivo", no LP "Quem viver chorará", de 78. A gravadora CBS entrou em acordo e pagou a indenização, mas a Polygram não aceito o mesmo e as herdeiras transferiram a ação contra a gravadora e das Varas Criminais para as Varas Cíveis. Mesmo depois de condenada,a gravadora Polygram decidiu recorrer ao Supremo Tribunal Federal alegando que a decisão judicial "feria preceitos constitucionais". Em cálculos aproximados, as herdeiras divulgaram que o valor da indenização ficaria entre CR$ 60 e CR$ 80 milhões. A novela envolvendo o cantor Fagner e a música "Canteiros" sómente terminou em 1999 quando a gravadora Sony Music fez um acordo com as herdeiras da poetisa para a regravação da música, o que aconteceu em janeiro de 2000.

Texto de Evangê Costa

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Iman Maleki

Iman Maleki é um pintor iraniano. Considerado um gênio do Realismo (principalmente Realismo Moderno). Especialistas dizem que seus quadros equivalem à maquinas de MUITOS MegaPixels. É muito fácil confundir seus quadros com fotos.

Veja abaixo algumas de suas obras:

A Girl by the window – Oil on canvas – 75×55 cm – 2000


Wish… – Oil on canvas – 100×70 cm – 2000

Memory of that house – oil on canvas – 83×58 cm – 2001

Omens of Hafez – oil on canvas – 134×100 cm – 2003

Sister and a book

Sunlight- Oil on canvas- 60x107.5cm - 2004

The Old Album- Oil On Canvas- 85x110cm - 2006

Untitled- oil on canvas - 75x 100cm - 1997

Studying - Oil on canvas - 91x50cm - 1998



Minha alma é um bolso onde guardo minhas memorias vivas.
Memorias vivas são aquelas que continuam presentes no corpo.
Uma vez lembradas, o corpo ri, chora, comove-se, dança...
"O que a memoria amou fica eterno".


(Adelia Prado)

quarta-feira, 28 de abril de 2010


"... A senhora me desculpe, mas no momento
não tenho muita certeza. Quer dizer,
eu sei quem eu era quando acordei hoje
de manhã, mas já mudei uma porção de vezes
desde que isso aconteceu. (...) Receio que não
possa me explicar, Dona Lagarta, porque é
justamente aí que está o problema.
Posso explicar uma porção de coisas mas
não posso explicar a mim mesma."

[Lewis Carroll]

Doçura é a maestria dos sentidos.
Olhos que vêem o fundo das coisas,
ouvidos que escutam o coração,
boca que fala a essência.
Doçura é o resultado de uma longa jornada
interior ao âmago da vida
e a habilidade de lá descansar e assistir.
O que é realmente doce nunca pode
ser vítima do tempo,
porque doçura é a qualidade da pessoa
cuja vida tocou a eternidade.

Brahma Kumaris

Um beijo

Foste o beijo melhor da minha vida,
ou talvez o pior...Glória e tormento,
contigo à luz subi do firmamento,
contigo fui pela infernal descida!

Morreste, e o meu desejo não te olvida:
queimas-me o sangue, enches-me o pensamento,
e do teu gosto amargo me alimento,
e rolo-te na boca malferida.

Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo,
batismo e extrema-unção, naquele instante
por que, feliz, eu não morri contigo?

Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto,
beijo divino! e anseio delirante,
na perpétua saudade de um minuto....

Olavo Bilac



Mel Gipson loura-fatal, rsrs demaissss!
Logo ele, tão conservador e machista.

Obra:Rob Gonsalves


Será que a liberdade é uma bobagem?...
Será que o direito é uma bobagem?...
A vida humana é alguma coisa a mais que ciências,artes e profissões.
E é nessa vida que a liberdade tem um sentido,e o direito dos homens.
A liberdade não é um prêmio,é uma sanção.Que há de vir .

Mário de Andrade

terça-feira, 27 de abril de 2010

Ron Mueck

Natural da Austrália, instalou-se em Londres em 1983 para trabalhar com Jim Henson, o famoso criador da Rua Sésamo e d'Os Marretas. A experiência que adquiriu fez com que se aventurasse no mundo da publicidade como fabricante de manequins. A partir daqui a sua história é semelhante a um conto de fadas... Em 1996 a pintora portuguesa Paula Rego, há muito radicada em Londres, conheceu Mueck e encomendou-lhe um manequim de Pinóquio para um dos seus trabalhos. O modelo que executou era de tal modo expressivo que a pintora o guardou para si no seu atelier onde, algum tempo mais tarde, foi descoberto pelo coleccionador de arte Charles Saatchi. O marionetista viu-se assim retirado do mundo da publicidade e lançado inesperadamente para o meio artístico.





A nossa primeira reação perante uma obra de Ron Mueck é de espanto. A nossa admiração surge quase instintivamente ao examinarmos os pormenores dos corpos humanos que invariavelmente são o tema das suas esculturas. Será o autor um artista ou apenas um excelente artesão - um técnico? É o próprio quem se coloca à margem desta polêmica: "Jamais quis ser um escultor. Não sei bem porque faço isto mas não me imagino a fazer outra coisa. Não me considero um artista, isto é simplesmente a única coisa que sei fazer."




A sua entrada na cena artística foi um verdadeiro escândalo! Uma das primeiras obras que apresentou foi uma escultura do seu pai, recentemente falecido, todo nu. Plena de realismo, a escultura tinha outra característica ainda mais chocante: não media mais do que 1 metro de comprimento. Que ideia macabra era aquela? Longe de ser escandalosa, tratou-se de um sentido ato de amor.


Esta é uma das enormes virtudes das obras de Ron Mueck: a fragilidade dos seres humanos apresentada de um modo cru, não seres humanos perfeitos mas precisamente o contrário. É essa qualidade que as torna insuportavelmente reais mas também profundamente emotivas, tocantes até, a que a escala monumental ou diminuta das figuras acrescenta uma estranheza inquietante. Simultaneamente reais e falsas, encarnam afinal a dualidade do ser humano, também portador, tal como Pinóquio, da verdade e da mentira.



















Obra: Rob Gonsalves

PROJETO DE PREFÁCIO
Sábias agudezas... refinamentos...
- não!
Nada disso encontrarás aqui.
Um poema não é para te distraíres
como com essas imagens mutantes de caleidoscópios.
Um poema não é quando te deténs para apreciar um detalhe
Um poema não é também quando paras no fim,
porque um verdadeiro poema continua sempre...

Um poema que não te ajude a viver e não saiba preparar-te para a morte
não tem sentido: é um pobre chocalho de palavras.

Mario Quintana

segunda-feira, 26 de abril de 2010




Obra:Sakizou

Beatriz


Composição: Edu Lobo/Chico Buarque
Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz

Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Olha
Será que ela é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz

Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida

Sim, me leva pra sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Aí, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz

Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz

Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se o arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida.

sábado, 24 de abril de 2010


Balada Do Amor Inabalável

Skank
Composição: Samuel Rosa / Fausto Fawcett
Eu levo essa canção
De amor dançante
Prá você lembrar de mim
Seu coração lembrar de mim...

Na confusão do dia-a-dia
No sufoco de uma dúvida
Na dor de qualquer coisa...


É só tocar essa balada
De swing inabalável
Que é o oásis pr'o amor
Eu vou dizendo
Na seqüência bem clichê
Eu preciso de você...


Darará! Dararumdá Darará!
Dararumdá! Darumdá!
Darumdá! Darumdá!...


É força antiga do espírito
Virando convivência
De amizade apaixonada
Sonho, sexo, paixão
Vontade gêmea de ficar
E não pensar em nada...


Planejando
Prá fazer acontecer
Ou simplesmente
Refinando essa amizade
Eu vou dizendo
Na sequência bem clichê
Eu preciso de você...


Darará! Dararumdá Darará!
Dararumdá! Darumdá!
Darumdá! Darumdá!...


Mesmo que a gente se separe
Por uns tempos ou quando
Você quiser lembrar de mim
Toque a balada
Do Amor Inabalável
Swing de amor nesse planeta...


Mesmo que a gente se separe
Por uns tempos ou quando
Você quiser lembrar de mim
Toque a balada
Seja antes ou depois
Eterna Love Song de nós dois...


Eu levo essa canção
De amor dançante
Prá você lembrar de mim
Seu coração lembrar de mim
Na confusão do dia-a-dia
No sufoco de uma dúvida
Na dor de qualquer coisa...


Darará! Dararumdá Darará!
Dararumdá! Darumdá!
Darumdá! Darará!
Darará! Dararumdá Darará!
Dararumdá! Darumdá!
Darumdá! Darará!
Dararumdá! Darumdá!
Darumdá! Darará!...



terça-feira, 20 de abril de 2010

Edward Norton

Edward James Norton Jr. nasceu em Boston, E.U.A, em 18 de agosto de 1969. Faz parte da restrita safra de atores de Hollywood que garimpam roteiros inteligentes e estão preocupados com outras questões, além do puro e simples entretenimento do público. Primeiro filho, de uma família de três irmãos, o ator perdeu a mãe em 1997, tendo que abandonar, dois meses antes do início das gravações, o projeto do filme Além da Linha Vermelha, de Terrence Malick, no qual faria o papel principal. Seu pai é advogado.



Ator dedicado e consciente do seu papel social, Edward Norton trabalhou em Osaka no Japão como consultor para a Fundação Enterprise, entidade criada por seu avô que presta assistência a famílias necessitadas. Sua primeira grande atuação no cinema foi como o envolvente Aaron Stampler no filme As Duas Faces de um Crime (1996). Mas a mais, talvez, tenha sido o reabilitado neo-nazista Derek Vinyard, em A Outra História Americana. Para esse papel o ator teve que ganhar mais de 10 kg em massa muscular. Seu currículo inclui ainda os filmes Cruzada, Uma Saída de Mestre, Dragão Vermelho, Cartada Final, Clube da Luta, As Duas Faces de um Crime, Todos Dizem Eu Te Amo, O Ilusionista, O Despertar de uma Paixão, entre outros.



segunda-feira, 19 de abril de 2010

Todo dia era dia de índio


Amantes da natureza
Eles são incapazes
Com certeza
De maltratar uma fêmea
Ou de poluir o rio e o mar


Preservando o equilíbrio ecológico
Da terra,fauna e flora


Pois em sua glória,o índio
É o exemplo puro e perfeito
Próximo da harmonia
Da fraternidade e da alegria


Da alegria de viver!
Da alegria de viver!


E no entanto,hoje
O seu canto triste
É o lamento de uma raça que já foi muito feliz
Pois antigamente


Todo dia era dia de índio
Todo dia era dia de índio


Cunhatã,Curumim

Cunhatã, curumim

Baby do Brasil
Composição: Jorge Benjor

sábado, 17 de abril de 2010

Cecília Meireles


Filha de Carlos Alberto de Carvalho Meireles, funcionário do Banco do Brasil S.A., e de D. Matilde Benevides Meireles, professora municipal, Cecília Benevides de Carvalho Meireles nasceu em 7 de novembro de 1901, na Tijuca, Rio de Janeiro. Foi a única sobrevivente dos quatros filhos do casal. O pai faleceu três meses antes do seu nascimento, e sua mãe quando ainda não tinha três anos. Criou-a, a partir de então, sua avó D. Jacinta Garcia Benevides. Escreveria mais tarde:

"Nasci aqui mesmo no Rio de Janeiro, três meses depois da morte de meu pai, e perdi minha mãe antes dos três anos. Essas e outras mortes ocorridas na família acarretaram muitos contratempos materiais, mas, ao mesmo tempo, me deram, desde pequenina, uma tal intimidade com a Morte que docemente aprendi essas relações entre o Efêmero e o Eterno.

(...) Em toda a vida, nunca me esforcei por ganhar nem me espantei por perder. A noção ou o sentimento da transitoriedade de tudo é o fundamento mesmo da minha personalidade.

(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde foi nessa área que os livros se abriram, e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano."

Conclui seus primeiros estudos — curso primário — em 1910, na Escola Estácio de Sá, ocasião em que recebe de Olavo Bilac, Inspetor Escolar do Rio de Janeiro, medalha de ouro por ter feito todo o curso com "distinção e louvor". Diplomando-se no Curso Normal do Instituto de Educação do Rio de Janeiro, em 1917, passa a exercer o magistério primário em escolas oficiais do antigo Distrito Federal.

Dois anos depois, em 1919, publica seu primeiro livro de poesias, "Espectro". Seguiram-se "Nunca mais... e Poema dos Poemas", em 1923, e "Baladas para El-Rei, em 1925.

Casa-se, em 1922, com o pintor português Fernando Correia Dias, com quem tem três filhas: Maria Elvira, Maria Mathilde e Maria Fernanda, esta última artista teatral consagrada. Suas filhas lhe dão cinco netos.
Correia Dias suicida-se em 1935. Cecília casa-se, em 1940, com o professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo.

A concessão do Prêmio de Poesia Olavo Bilac, pela Academia Brasileira de Letras, ao seu livro Viagem, em 1939, resultou de animados debates, que tornaram manifesta a alta qualidade de sua poesia.

Em 1940, leciona Literatura e Cultura Brasileira na Universidade do Texas (USA).
Em 1942, torna-se sócia honorária do Real Gabinete Português de Leitura, no Rio de Janeiro (RJ).
Aposenta-se em 1951 como diretora de escola, porém continua a trabalhar, como produtora e redatora de programas culturais, na Rádio Ministério da Educação, no Rio de Janeiro (RJ).

Em 1952, torna-se Oficial da Ordem de Mérito do Chile, honraria concedida pelo país vizinho.
Realiza numerosas viagens aos Estados Unidos, à Europa, à Ásia e à África, fazendo conferências, em diferentes países, sobre Literatura, Educação e Folclore, em cujos estudos se especializou.

Torna-se sócia honorária do Instituto Vasco da Gama, em Goa, Índia, em 1953.
Em Délhi, Índia, no ano de 1953, é agraciada com o título de Doutora Honoris Causa da Universidade de Délhi.
Recebe o Prêmio de Tradução/Teatro, concedido pela Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1962.

Falece no Rio de Janeiro a 9 de novembro de 1964, sendo-lhe prestadas grandes homenagens públicas. Seu corpo é velado no Ministério da Educação e Cultura. Recebe, ainda em 1964, o Prêmio Jabuti de Poesia, pelo livro "Solombra", concedido pela Câmara Brasileira do Livro.
 
 
 
 
 
 
 


 
Motivo
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.








Inscrição na areia


O meu amor não tem
importância nenhuma.
Não tem o peso nem
de uma rosa de espuma!


Desfolha-se por quem?
Para quem se perfuma?

O meu amor não tem
importância nenhuma.




Fernando Pessoa

Fernando Pessoa, poeta português, nasceu em Lisboa em 13 de junho de 1888. Órfão aos 2 anos de idade, a mãe casou-se novamente com o cônsul português em Durban, África do Sul. Na África do Sul, Fernando frequentou a high school de Durban e recebeu o prêmio Rainha Vitória de estilo inglês, em 1903, no exame de admissão à Universidade do Cabo da Boa Esperança. Ao regressar à Lisboa, trabalhou como tradutor e correspondente em diversas empresas comerciais; ao mesmo tempo em que se dedicava intensamente à literatura.Matriculou-se na Escola Superior de Letras, mas não concluiu. Participou da publicação de várias revistas literárias, entre elas, Orpheu.A obra de Fernando Pessoa divide-se em ortônima, publicada sob seu próprio nome; e heterônima, publicada sob o nome de diferentes poetas que ele criou.São seus heterônimos: Alberto Caeiro, poeta simples e de pouca escolaridade, inspirado na vida do campo e temática bucólica, que acredita no uso das sensações para relacionar-se com a natureza. Outro heterônimo é Ricardo Reis, clássico, apresenta poemas melancólicos e sóbrios, transparecendo seu desencanto com a civilização cristã do século XX. O terceiro heterônimo é Álvaro Campos, que inicialmente apresenta obediência aos padrões métricos fixos e sua poesia tem índole decadentista-simbolista. Posteriormente ele conhece Alberto Caeiro e este torna-se seu mestre, inflenciando sua produção poética. Álvaro passa a usar os versos livres e seus poemas traaduzem uma inadaptação social e um profundo sentimento de inapetência e impotência diante da vida. No Brasil a obra de Fernando Pessoa é encontrada em Obra Poética e contém entre outros: Mensagem; Cancioneiro; Poemas completos de Alberto Caeiro, Odes de Ricardo Reis; Poesias de Álvaro Campos; Poemas dramáticos, Poemas ingleses; Inéditas; Novas Inéditas... A obra em prosa apresenta muitos textos, além do Livro do Desassossego - por Bernardo Soares.Fernando Pessoa morreu em Lisboa em 30 de novembro de 1935, até hoje sua obra não foi publicada em sua totalidade, pois ele deixou cerca de 27 mil papéis em um baú.Ele é considerado um dos maiores e melhores poetas de todos os tempos.



Não se acostume com o que não o faz feliz,
revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!



 



 
 
Como é por dentro outra pessoa
Quem é que o saberá sonhar?
A alma de outrem é outro universo
Com que não há comunicação possível
Com que não há verdadeiro entendimento
Nada sabemos da alma
Senão da nossa;
As dos outros são olhares,
São gestos, são palavras,
Com a suposição de qualquer semelhança
No fundo.



 
 
 


Não sei quem sou, que alma tenho.
Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo.
Sou variamente outro do que um eu que não sei se existe (se é esses outros)...
Sinto crenças que não tenho.
Enlevam-me ânsias que repudio.
A minha perpétua atenção sobre mim perpetuamente me ponta
traições de alma a um carácter que talvez eu não tenha,
nem ela julga que eu tenho.
Sinto-me múltiplo.
Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos
que torcem para reflexões falsas
uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas.
Como o panteísta se sente árvore (?) e até a flor,
eu sinto-me vários seres.
Sinto-me viver vidas alheias, em mim, incompletamente,
como se o meu ser participasse de todos os homens,
incompletamente de cada (?),
por uma suma de não-eus sintetizados num eu postiço."









Nunca amamos alguém. Amamos, tão-somente, a idéia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é nós mesmos- que amamos.
Isto é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso dado por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma idéia nossa.(...)
As relações entre uma alma e outra, através de coisas tão incertas e divergentes como as palavras comuns e os gestos que se empreendem, são matéria de estranha complexidade. No próprio ato em que nos conhecemos, nos desconhecemos. Dizem os dois 'amo-te' ou pensam-no e sentem-no por troca, e cada uma quer dizer uma idéia diferente, uma vida diferente, até, porventura, uma cor ou um aroma diferente, na soma abstracta de impressões que constiui a atividade da alma. (...)
 
 
 
 
 
 

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Um Certo Alguém



Quis evitar teus olhos
Mas não pude reagir
Fico à vontade então
Acho que é bobagem
A mania de fingir
Negando a intenção

Quando um certo alguém
Cruzou o teu caminho
E mudou a direção

Chego a ficar sem jeito
Mas não deixo de seguir
A tua aparição

Quando um certo alguém
Desperta o sentimento
É melhor não resistir
E se entregar

Me dê a mão
Vem ser a minha estrela
Complicação
Tão fácil de entender
Vamos dançar
Luzir a madrugada
Inspiração
Pra tudo que eu viver
Que eu viver, uoh, uoh

Quando um certo alguém
Desperta o sentimento
É melhor não resistir
E se entregar.

Lulu Santos

quinta-feira, 15 de abril de 2010


O ultimo andar

No último andar é mais bonito:

do último andar se vê o mar.
É lá que eu quero morar.

O último andar é muito longe:
custa-se muito a chegar.
Mas é lá que eu que eu quero morar.

Todo o céu fica a noite inteira
sobre o último andar.
É lá que eu quero morar.

Quando faz lua, no terraço,
fica todo o luar.
É lá que eu quero morar.

Os passarinhos lá se escondem,
para ninguém os maltratar:
no último andar:

De lá se avista o mundo inteiro:
Tudo parece perto, no ar.
É lá que eu quero morar:

no último andar.

Pequena flor

Como pequena flor que recebeu uma chuva enorme

e se esforça por sustentar o oscilante cristal de gotas
na seda frágil, e preservar o perfume que aí dorme,

e vê passarem as leves borboletas livremente,
e ouve cantarem os pássaros acordados sem angústia,
e o sol claro do dia as claras estátuas beijando sente,

e espera que se desprenda o excessivo, úmido orvalho
podado, trêmulo, e sabe que talvez o vento
a libertasse, porém a desprenderia do galho,

e nesse tremor e esperança aguarda o mistério transida
- assim repleto de acasos e todo coberto de lágrimas
há um coração nas lânguidas tardes que envolvem a vida.



 
 

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Heath Ledger


O sonho de atuar acompanha Heathcliff  Andrew Ledger desde os tempos de escola, no interior da Austrália. Depois de fazer algumas aulas de atuação no próprio colégio e conseguir pequenos trabalhos no teatro e TV, se uniu a um amigo e partiu para Sydney, onde supostamente teria mais chances de entrar no show biz. Ilusões à parte, o jovem teve dificuldades no início, assim como já era esperado. Sua estréia aconteceu em 1997 num filme de baixo orçamento chamado Assassinato em Blackrock.


Por não ter formação nos Estados Unidos, o talento de Heath Ledger demorou para ser reconhecido internacionalmente. A atuação que quebrou esta barreira foi na comédia adolescente 10 Coisas que Eu Odeio em Você. A partir de então, conquistou papéis em filmes de destaque como O Patriota, Coração de Cavaleiro, A Última Ceia, Os Reis de Dogtown, Devorador de Pecados e Candy. Apareceu também em Os Irmãos Grimm e O Segredo de Brokeback Mountain, filme recordista de indicações ao Oscar 2006, com oito no total. Sua atuação no papel de Coringa em Batman - O Cavaleiro das Trevas lhe rendeu o oscar de melhor ator coadjuvante. Heath estava  filmando The Imaginarium of Doctor Parnassus na época da sua morte.  Ele foi encontrado morto num apartamento em Nova Iorque em 22 de janeiro de 2008.
 
 
Alguns filmes que atuou:
 
                                         10 coisas que odeio em você (1999)


 
 
 
                                                              
 
                                                    O Patriota (2000)             






Coração de cavaleiro (2001)







As quatro plumas (2002)



      




Devorador de pecados (2003)







Ned Kelly (2003)







Os irmãos Grimm (2005)







O segredo de Brokeback Mountain (2005)








Casanova (2005)




 




Os Reis de Dogtown (2005)




 




Candy (2006)








Não estou lá (2007)








Batman-O Cavaleiro das Trevas (2008)








O imaginário do Dr Parnassus (2009) incompleto