quinta-feira, 22 de outubro de 2009


"FAZER UM CÉU"

Fazer um céu, com pouco a gente faz basta uma estrela uma estrela e nada mais.

Pra ter nas mãos o mundo basta uma ilusão um grão de areia é o mundo em nossa mão. Sonhar é dar à vida nova cor

dar gosto bom às lagrimas de dor

o sol pode apagar, o mar perder a voz

mas nunca morre um sonho bom dentro de nós.

-MÁRIO LAGO- (Rio de Janeiro-1911-2001)

terça-feira, 20 de outubro de 2009


Borboletas são livres


Borboletas são livres

Minha alma também.

Anseio liberdade, beleza e amor

De ir, vir e sentir

Paixão, ar, calor.


Preciso criar, voar...

Sentir o vento nos cabelos

Mas os pés no chão.

Quero abraço

Mas quero espaço.


Mulher borboleta

Pequenina e voraz

Tem um vôo que seduz

Uma beleza que satisfaz.


Possuidora de uma leveza que conduz

De uma força que induz.

Sua fragilidade lhe traduz

Uma mulher que reluz!


Precisa de arte

Precisa que invada.

Que o coração dispare

Que a saudade mate.


Não a prenda

Traga flores para que venha.

Ela não é para qualquer um

Ela é da natureza

Ela é dela.


Tranque-a e ela morre.

Sopre-a no vento...Que ela vai.

Mas espere

Pois ela volta.


(Carolina Salcides)

segunda-feira, 12 de outubro de 2009


Dever de Sonhar

Eu tenho uma espécie de dever,dever de sonhar,de sonhar sempre,pois sendo mais do que um espetáculo de mim mesmo, eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso.

E, assim, me construo a ouro e sedas,em salas supostas, invento palco,cenário para viver o meu sonho entre luzes brandas e músicas invisíveis.

Fernando Pessoa

sexta-feira, 9 de outubro de 2009


Mesmo que as pessoas mudem e suas vidas se reorganizem, os amigos devem ser amigos para sempre, mesmo que não tenham nada em comum, somente compartilhar as mesmas recordações, pois boas lembraças, são marcantes, e o que é marcante nunca se esquece!

Uma grande amizade mesmo com o passar do tempo é cultivada assim!


“Ensina seus filhos a respeitar a Terra onde pisam, pois ela está plena das cinzas de nossos Ancestrais”.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009


Quando nada subsiste de um passado antigo,

depois da morte dos seres,

depois da destruição das coisas,

sozinhos, mais frágeis porém mais vivazes,

mais imateriais, mais persistentes, mais fiéis,

o aroma e o sabor permanecem ainda por muito tempo,

como almas, chamando-se, ouvindo, sobre as ruínas de tudo o mais,

levando sem se submeterem, sobre suas gotículas quase impalpáveis,

o imenso e difícil das recordações

= Marcel Proust =
O Culpado
Eu me declaro culpado de não ter feito, com estas mãos que me deram,uma vassoura.
Por que não fiz uma vassoura?
Por que me deram mãos?
Para que me serviram se só vi o rumor do cereal,
se só tive ouvidos para o vento
e não recolhi o fio da vassoura,
verde ainda na terra e não pus para secar os talos ternos
e não os pude unir num feixe áureo
e não juntei um caniço de madeira à saia amarela até dar uma vassoura aos caminhos?
Assim foi!
Não sei como me passou a vida
sem aprender, sem ver,sem recolher e unir os elementos.
Nesta hora não nego que tive tempo,
mas não tive mãos,
e assim, como podia aspirar com razão à grandeza
se nunca fui capaz de fazer uma vassoura
uma só,
uma?
= Pablo Neruda=