quinta-feira, 28 de maio de 2009


"Cada um hospeda dentro de si uma águia. Sente-se portador de um projeto infinito. Quer romper os limites apertados de seu arranjo existencial. Há movimentos na política, na educação e no processo de mundialização que pretendem reduzir-nos a simples galinhas, confinadas aos limites do terreiro. Como vamos dar asas a águia, ganhar altura, integrar também a galinha e sermos heróis de nossa própria saga?"

Leonardo Boff

quarta-feira, 27 de maio de 2009


"Pode ser que um dia deixemos de nos falar... Mas, enquanto houver amizade, Faremos as pazes de novo. Pode ser que um dia o tempo passe... Mas, se a amizade permanecer, Um de outro se há-de lembrar. Pode ser que um dia nos afastemos... Mas, se formos amigos de verdade, A amizade nos reaproximará. Pode ser que um dia não mais existamos... Mas, se ainda sobrar amizade, Nasceremos de novo, um para o outro. Pode ser que um dia tudo acabe... Mas, com a amizade construiremos tudo novamente, Cada vez de forma diferente. Sendo único e inesquecível cada momento Que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre. Há duas formas para viver a sua vida: Uma é acreditar que não existe milagre. A outra é acreditar que todas as coisas são um milagre."

Albert Einstein

sexta-feira, 22 de maio de 2009


A menina selvagem veio da aurora acompanhada de pássaros,estrelas-marinhas e seixos.

Traz uma tinta de magnólia escorridanas faces.

Seus cabelos, molhados de orvalho e tocados de musgo,cascateiam brincando com o vento.

A menina selvagem carrega punhados de renda ,sacode soltas espumas.

Alimenta peixes ariscos e renitentes papagaios.

E há de relance, no seu riso,gume de aço e polpa de amora.

Reis Magos, é tempo!

Oferecei bosques, várzeas e campos à menina selvagem: ela veio atrás das libélulas.

Henriqueta Lisboa - Publicado (1958)


Henriqueta Lisboa. Pouco conhecida do público, essa mineira, nascida em Lambari em 15 de julho de 1904, recebeu vários prêmios literários, entre os quais a Medalha da Inconfidência de Minas Gerais (com o livro “Madrinha Lua”, em 1952) e o Prêmio Brasília de Literatura,em 1971.

sexta-feira, 15 de maio de 2009


Aka Lousie

"As vezes vivemos como se fossemos galinhas , porém, somos águias. Por isso, todos podemos voar, se quisermos. Talvez não seja um processo rápido, mas insista, não desista , tente novamente! Busque ajuda se preciso. Voe cada vez mais alto, não se contente com os grãos que lhe jogam para ciscar.!"

Leonardo Boff

segunda-feira, 11 de maio de 2009


Todo azul do mar
Composição: Flávio Venturini / Ronaldo Bastos


Foi assim

Como ver o mar

A primeira vez

Que meus olhos

Se viram no seu olhar

Não tive a intenção

De me apaixonar

Mera distração e já era

Momento de se gostar

Quando eu dei por mim

Nem tentei fugir

Do visgo que me prendeu

Dentro do seu olhar

Quando eu mergulhei

No azul do mar

Sabia que era amor

E vinha pra ficar

Daria pra pintar

Todo azul do céu

Dava pra encher o universo

Da vida que eu quis pra mim

Tudo que eu fiz

Foi me confessar

Escravo do seu amor

Livre pra amar

Quando eu mergulhei

Fundo nesse olhar

Fui dona do mar azul

De todo azul do mar

Foi assim como ver o mar

Foi a primeira vez que eu vi o mar

Daria pra beber todo azul do mar

Foi quando mergulhei no azul do mar

Onda que vem azul, todo azul do mar

Foi assim, todo azul do mar.


domingo, 10 de maio de 2009


Que mulher é essa?


Que mulher é essa que não se cansa nunca ?

que não reclama de nada, que disfarça a dor?

Que mulher é essa que contribui com tudo,

que distribui afeto,tira espinhos do amor?

Que mulher é essa de palavras leves,coração aberto,pronta a perdoar?

Que mulher é essa que sai do palco ao terminar a peça sem chorar?

Essa mulher existe,

sua doçura resiste às dores da ingratidão,

resiste à saudade imensa,

resiste ao trabalho forçado,

resiste aos caminhos do não!

Essa mulher é MÃE,

linda, como todas são.


Ivone Boechat

sábado, 9 de maio de 2009


"Precisamos dar um sentido humano às nossas construções. E, quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos,saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu. "

Érico Veríssimo

sexta-feira, 8 de maio de 2009


Autopsicografia


O poeta é um fingidor.

Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,

Na dor lida sentem bem,

Não as duas que ele teve,

Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda

Gira, a entreter a razão,

Esse comboio de corda

Que se chama coração.


Fernando Pessoa

Sim, sei bem

Sim, sei bem

Que nunca serei alguém.

Sei de sobra

Que nunca terei uma obra.

Sei, enfim,

Que nunca saberei de mim.

Sim, mas agora,

Enquanto dura esta hora,

Este luar, estes ramos,

Esta paz em que estamos,

Deixem-me me crer

O que nunca poderei ser.


Fernando Pessoa

Michael Cheval

LIBERDADE


Ai que prazer não cumprir um dever.

Ter um livro para ler e não o fazer!

Ler é maçada,estudar é nada.

O sol doira sem literatura.

O rio corre bem ou mal,sem edição original.

E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal como tem tempo, não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.

Estudar é uma coisa em que está indistinta.

A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.

Esperar por D. Sebastião,

Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...

Mas o melhor do mundo são as crianças,

Flores, música, o luar, e o sol que peca

Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto

É Jesus Cristo,

Que não sabia nada de finanças,

Nem consta que tivesse biblioteca...


Fernando Pessoa

quinta-feira, 7 de maio de 2009


Frida Kahlo

Para isso fomos feitos:

Para lembrar e ser lembrados

Para chorar e fazer chorar

Para enterrar os nossos mortos —

Por isso temos braços longos para os adeuses

Mãos para colher o que foi dado

Dedos para cavar a terra.

Assim será nossa vida:

Uma tarde sempre a esquecer

Uma estrela a se apagar na treva

Um caminho entre dois túmulos —

Por isso precisamos velar

Falar baixo, pisar leve, ver a noite dormir em silêncio.

Não há muito o que dizer:

Uma canção sobre um berço

Um verso, talvez de amor

Uma prece por quem se vai —

Mas que essa hora não esqueça

E por ela os nossos corações se deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:

Para a esperança no milagre

Para a participação da poesia

Para ver a face da morte —

De repente nunca mais esperaremos...

Hoje a noite é jovem;da moret, apenas

Nascemos, imensamente.


Vinicius de Moraes

terça-feira, 5 de maio de 2009


"Se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando um pão, e, ao se encontrarem, eles trocam os pães, cada homem vai embora com um; porém se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando uma idéia, e, ao se encontrarem, eles trocam as idéias, cada homem vai embora com duas"

(Provérbio Chinês).