quinta-feira, 27 de agosto de 2009


Agora que o silêncio é um mar sem ondas,

e que nele posso navegar sem rumo,

não respondas às urgentes perguntas que te fiz.

Deixa-me ser feliz assim, já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.

Só soubemos sofrer enquanto o nosso amor durou.

Mas o tempo passou, há calmaria...

Não perturbes a paz que me foi dada.

Ouvir de novo a tua voz seria matar a sede com água salgada...


Miguel Torga

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